Até terça, no CCB, a não perder Quando as nuvens se dissiparem, pelas Comédias do Minho, "um dos mais estimulantes projectos de descentralização que, discretamente, tem vindo a impor-se como valor seguro contra a maré de boas intenções oportunistas que circulam fora dos grandes centros urbanos. E, por isso mesmo, capaz de provocar alterações no modo como olhamos para a ocupação de espaços ao ar livre. Comédias do Minho, resultante do esforço e espírito de missão das Câmaras Municipais de Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira, é, à revelia de qualquer discurso sobre o teatro enquanto forma de aproximação entre a arte e a vida, prova material da qualidade que se pode e deve exigir a um projecto artístico. Quando as nuvens se dissiparem junta um grupo de seis jovens actores profissionais que, encenados por Philippe Peychaud, traduzem para um olhar viciado na contemporaneidade as técnicas clássicas do clown, conferindo a esta prática uma depuração e uma sensibilidade tais que nos deixamos guiar pela inocência das interpretações, a clareza das sequências, o humor inteligente e a perfeita comunhão entre público e cena. Os clássicos pares usados pelo clown – que espelham a desfasada luta de poderes e valores – são aqui desenhados com feliz coerência e adequada gestão de tempos cómicos e físicos. Cada breve sequência, gerida num mínimo espaço fechado a várias portas, explora as contradições toscas das personagens para, naturalmente, as conduzir ao idílio final." (in OBSCENA #6)
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