domingo, fevereiro 06, 2005

Centro Ideal da Graça

Quem sabe da importância de um bom pequeno-almoço na rua, sabe da urgente necessidade de encontrar um café apropriado. Um café pleno de ambiente, nada opressivo e onde apeteça demorar. Um lugar para os domingos de manhã de pequenos-almoços demorados e lentos. Acompanhados ou não. Mas essenciais. Um lugar onde a leitura do jornal possa ser estendida pela mesa sem olhares suspeitos. E um lugar de bolos frescos o dia todo, de meias de leite de máquina equilibradas, de empregados que já saibam o que queremos, mas não o tragam antes de o pedirmos. E um lugar onde não existam mini-pratos, sopas, refeições médias, disfarçados e pressas em fazer do pouco espaço um corredor de comida.

Para mim esse lugar existe. É o Centro Ideal da Graça. Fica no Largo da Graça, em Lisboa, entre uma loja de roupa e uma peixaria. Ia lá todos os dias quando morei no bairro. Desde que saí que nunca mais encontrei outro igual. É o meu limite de aceitação. E os pequenos-almoços precisaram ser adaptados a outras realidades. Partilhadas ou não. Hoje regressei. Mudaram a decoração, uniformizaram os funcionários, mas continuam iguais.

Há lugares assim. Que nos dizem mais do que sabemos. E nem sabem disso. Usem-no. Mas não estraguem.

4 comentários:

  1. O Tiago disse, NÃO O ESTRAGUEM!

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  2. É só comigo ou o bairro da Graça entrenha-se em quem cá vive? Agora que cá estou há uns tempos, decidi daqui nunca mais sair. Nunca se viu um bairro assim, tão pertencente a quem a ele pertence. Tão meu e eu tão dele. É amor, não há nada a fazer.
    Tomo umas meias de leite, uns galões e uns cafés por ti. Lisboa tem o Centro Ideal na Graça.

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